quarta-feira, 29 de outubro de 2008

THOMAS HOBBES E O CONTRATO SOCIAL

Trecho da obra: O Leviatã

" Tudo, portanto, que advém de um tempo de Guerra, onde cada homem é inimigo do outro homem, igualmente advém do tempo em que os homens vivem sem outra segurança além do que sua própria força e sua astúcia conseguem provê-los. Em tal condição, não há lugar para a indústira; porque seu fruto é incerto; e consequentemente, nenhuma cultura da Terra; nenhuma navegação, nem uso algum das mercadorias que podem ser importadas através do mar; nenhuma construção confortável; nada de instrumentos para mover e remover coisas que requerem muita força; nenhum conhecimento da face da terra; nenhuma estimativa de tempo; nada de artes;nada de letras; nenhuma sociedade; e o que é o pior de tudo, medo contínuo e perigo de morte violenta; e a vida do homem, solitária, pobre, sórdida, brutal e curta."

Hobbes, Thomas ( inglês - * 1588 + 1679)

Para Hobbes, " o homem é o lobo do homem", a guerra de todos contra todos e nesta condição, não existe sociabilidade instintiva e não existe um amor natural. O que há é somente uma explosiva mistura de temor e necessidade recíproca que não fosse disciplinada pelo Estado, quanto aos excessos e violências.
O Contrato de toda a sociedade tem carater artificial, e portanto, o Estado deve ser soberano e poderoso, capaz de suprir qualquer tentativa de fazer prevalecer o interesse pessoal.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

TRABALHO DE PESQUISA - 4ª BIMESTRE

TRABALHO BIMESTRAL –
PESQUISAR É EXERCITAR O APRENDER A APRENDER

Sobre ANARQUISMO, pesquise em sites da Internet e responda (indicando o site):

01) Quem foram os pensadores ( onde nasceram, quando, quais são suas ideologias)?
Mikhail Bakunin e Pierre Joseph Proudhon
02) Para os anarquistas as pessoas não precisam do governo para poder viver. Para os anarquistas, o que o Estado representa?
03) Se no anarquismo não há governo estatal, como as comunidades resolveriam seus problemas?

Leia o texto abaixo e responda:

Decorre daí que rejeito toda autoridade? Longe de mim este pensamento. Quando se trata de botas, apelo para a autoridade dos sapateiros; se se trata de uma casa, de um canal ou de uma ferrovia, consulto a do arquiteto ou a do engenheiro. Por tal ciência especial, dirijo-me a este ou àquele cientista. Mas não deixo que me imponham nem o sapateiro, nem o arquiteto, nem o cientista. Eu os aceito livremente e com todo o respeito que merecem sua inteligência, seu caráter, seu saber, reservando, todavia, meu direito incontestável de crítica e de controle. Não me contento em consultar uma única autoridade especialista, consulto várias; comparo suas opiniões, e escolho aquela que me parece a mais justa. Mas não reconheço nenhuma autoridade infalível, mesmo nas questões especiais; conseqüentemente, qualquer que seja o respeito que eu possa ter pela humanidade e pela sinceridade deste ou daquele indivíduo, não tenho fé absoluta em ninguém. Tal fé seria fatal à minha razão, à minha liberdade e ao próprio sucesso de minhas ações; ela me transformaria imediatamente num escravo estúpido, num instrumento da vontade e dos interesses de outrem [... [
Inclino-me diante da autoridade dos homens especiais porque ela me é imposta por minha razão. Tenho consciência de só poder abraçar, em todos os seus detalhes e seus desenvolvimentos positivos, uma parte muito pequena da ciência humana. A maior inteligência não bastaria para abraçar tudo. Daí resulta, tanto para a ciência quanto para a indústria, a necessidade da divisão e da associação do trabalho. Recebo e dou, tal é a vida humana. Cada um é dirigente e cada um é dirigido por sua vez. Assim, não há nenhuma autoridade fixa e constante, mas uma troca contínua de autoridade e de subordinação mútuas, passageiras e sobretudo voluntárias.
Esta mesma razão me proíbe, pois, de reconhecer uma autoridade fixa, constante e universal, porque não há homem universal, porque não há homem universal, homem que seja de aplicar sua inteligência, nesta riqueza de detalhes sem a qual a aplicação da ciência à vida não é absolutamente possível, a todas as ciências, a todos os ramos da atividade social. E, se tal universidade pudesse ser realizada em um único homem, e se ele quisesse se aproveitar disso para nos impor sua autoridade, seria preciso expulsar esse homem da sociedade, visto que sua autoridade reduziria inevitavelmente todos os outros à escravidão e à imbecilidade. Não penso que a sociedade deva maltratar os gênios como ela o fez até o presente momento; mas também não acho que os deva adular demais, nem lhes conceder quaisquer privilégios ou direitos exclusivos ; e isto por três razões; inicialmente porque aconteceria com freqüência de ela se tornar um charlatão por um gênio; em seguida porque, graças a este sistema de privilégios, ela poderia transformar um verdadeiro gênio num charlatão, desmoralizá-lo, animalizá-lo; e enfim, porque ela daria a si um senhor.
BAKUNIN, Mikhail. Deus e o Estado. Tradução: Plínio Augusto Coelho.p.25-26.

MARXISMO – “ O Manifesto do Partido Comunista” – Disponível em < HTTP://www.dominiopublico.org.br>

A partir da leitura do Manifesto Comunista, responda:

01) O capitalismo transforma a força de trabalho em mercadoria, segundo Marx. Faça uma reflexão sobre essa idéia, pensando no desgaste vital dos trabalhadores em nossa sociedade.
02) Para Marx e Engels, o que é o proletariado?
03) Qual é o ideal de cidadania comunista?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Introdução a Filosofia da Arte: Nietzche



Para Nietzsche os gregos perceberam que há duas forças diferentes na arte e na vida. Uma ele

chamou de apolíneo e a outra de dianísiaco. A luta deles nos revela a própria vida humana. Da Arte que busca a serenidade diz ser algo absolutamente superficial, pois a arte não é apenas serenidade, ela é impulso, pulsão e instinto. Daí a sua importância no desenvolvimento da condição humana.
Recorrendo a mitologia grega antiga, passa a pensar a arte a partir de dois mitos, Apolo e Dionísio. Apolo, o deus da perfeição, da cura e do Sol e Dionísio, do vinho e do prazer.

Apolíneo: deus das imagens, das artes plásticas, o impulso do visual e a ordem do mundo;
Dionisíaco: deus da música, do que é visual e corpóreo, como a dança , do esquecimento de si e integração com a natureza e destruição da cultura.

Caderno do professor: filosofia, ensino médio-SEE


Sobre a Tragédia – TRAGIKÓS

§ a palavra "tragédia" tornou-se uma aplicação costumeira para designar um acontecimento doloroso, geralmente com vítimas, homicídios passionais;
§ para o grego, “tragédia” definia uma forma artística;
§ Aristóteles define a tragédia como uma poesia dramática: "uma representação imitadora de uma ação séria, concreta, de certa grandeza, representada, e não narrada, por atores em linguagem elegante, empregando um estilo diferente para cada uma das partes, e que, por meio da compaixão e do horror provoca o desencadeamento liberador de tais afetos."
Dos efeitos da tragédia
§ Aristóteles pensando no comportamento do público, concluiu que o espetáculo trágico, para realizar-se como obra de arte deveria sempre provocar a Katarsis, a catarse;
§ Catarse – possibilidade de purificação das emoções , ou uma descarga emocional provocada por um drama ( passagem provocada pelo herói da graça a desgraça);
§ Exemplos : Shakespeare (Romeu e Julieta), Édipo Rei
Tragédias Homéricas:
§ Ilíada e Odisséia oferecem vários momentos de infelicidade pelos quais os grandes passam: o desespero de Aquiles quando perde o seu amigo Pátroclo num combate; o encontro de Ulisses com Aquiles na morada dos mortos; a desgraça de Heitor, o bravo guerreiro morto num duelo pela defesa da sua cidade; a humilhação de Príamo, o velho rei de Tróia, que é obrigado a suplicar a Aquiles pela devolução do corpo do filho
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/tragedia_grega1.htm

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

ARGUMENTOS E FALÁCIAS

ARGUMENTOS E FALÁCIAS
Uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, inválido, ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à
persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso. Reconhecer as falácias é por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional, íntima, psicológica ou emotiva, mas não validade lógica.
É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia.


TIPOS DE FALÁCIAS (alguns dos nomes usados estão em latim- tradução ao lado.)

Argumentum ad antiquitatem (Argumento de antiguidade ou tradição): Afirmar que algo é verdadeiro ou bom porque é antigo ou "sempre foi assim".
Ex: "Se o meu avô diz que
Garrincha foi melhor que Pelé, deve ser verdade."

Argumentum ad hominem (Ataque ao argumentador): Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.
Ex: "Se foi um burguês quem disse isso, certamente é engodo".


Argumentum ad ignorantiam (Argumento da Ignorância): Ocorre quando algo é considerado verdadeiro simplesmente porque não foi provado que é falso (ou provar que algo é falso por não haver provas de que seja verdade). Note que é diferente do princípio científico de se considerar falso até que seja provado que é verdadeiro.
Ex: "Existe vida em outro planeta, pois nunca provaram o contrário"


Argumentum ad Baculum (Apelo à Força): Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.
Ex: "Acredite em Deus, senão queimará eternamente no Inferno."
"Acredite no que eu digo; não se esqueça de quem é que paga o seu salário"

Argumentum ad populum (Apelo ao Povo): É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas.
Ex: "A maioria das pessoas acredita em alienígenas, portanto eles existem."
"Inúmeras pessoas usam essa marca de roupa; portanto, ela possui um tecido de melhor qualidade."


Argumentum ad Verecundiam (Apelo à autoridade): Argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa.
Ex: "Se Aristóteles disse isto, então é verdade."


Dicto Simpliciter' (Regra geral): Ocorre quando uma regra geral é aplicada a um caso particular onde a regra não deveria ser aplicada.
Ex: "Se você matou alguém, deve ir para a cadeia." (não se aplica a certos casos de profissionais de segurança)

Generalização Apressada (Falsa indução): Ocorre quando uma regra específica é atribuída ao caso genérico.
Ex: "Minha namorada me traiu. Logo, as mulheres tendem à traição."

Falácia de Composição (Tomar o todo pela parte): É o fato de concluir que uma propriedade das partes deve ser aplicada ao todo.
Ex: "Todas as peças deste caminhão são leves; logo, o caminhão é leve."

Falácia da Divisão (Tomar a parte pelo todo): Oposto da falácia de composição. Assume que uma propriedade do todo é aplicada a cada parte.
Ex: 1) "Você deve ser rico, pois estuda em um colégio de ricos."
2) "A ONU afirmou que o Brasil é um país com muita violência e injustiça; logo, a ONU chamou-nos a todos nós brasileiros de violentos e injustos".

Ignoratio Elenchi (Conclusão sofismática):
Ou "Falácia da Conclusão Irrelevante". Consiste em utilizar argumentos válidos para chegar a uma conclusão que não tem relação alguma com os argumentos utilizados.
Ex: "Os astronautas do Projeto Apollo eram bem preparados, todos eram excelentes aviadores e tinham boa formação acadêmica e intelectual, além de apresentar boas condições físicas. Logo, foi um processo natural os EUA ganharem a corrida espacial contra a União Soviética pois o povo americano é superior ao povo russo."

Anfibologia ou Ambigüidade:
Ocorre quando as premissas usadas no argumento são ambíguas devido à má elaboração sintática.
Ex: "Venceu o Brasil a Argentina."
"Ele levou o pai ao médico em seu carro."


Acidente:
Quando considera-se essencial o que é apenas acidental.
Ex: "A maior parte dos políticos são corruptos. Então a política é corrupta."


Argumentum ad Crumenam :
Esta falácia é a de acreditar que dinheiro é fator de estar correto. Aqueles mais ricos são os que provavelmente estão certos.
Ex: "O Barão é um homem vivido e conhece como as coisas funcionam. Se ele diz que é bom, há de ser."


( fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia)

FILOSOFIA DA CIÊNCIA


Filosofia da Ciência


FALSIFICASIONISMO E OUTROS PARADIGMAS

Karl Popper é o FalsificasionismoQuestões como: o que garante que se soltar um lápis ele irá cair? Não podem ser garantidas pela lógica (raciocínio), ela trata de palavras e conhecimento, e nunca da realidade. A experiência é sempre única , e a queda de um lápis não tem nada a ver com a queda de um outro. Por isso, pensar que a ciência é uma garantia de verdade, é assumir uma visão não crítica da ciência.Para Popper, a atividade cientifica é importante, mas, não é capaz de dar todas as respostas, porém busca oferece as melhores respostas possíveis. Assim, para Popper, o valor do conhecimento não vem da observação de experiências, mas da possibilidade de a teoria ser contrariada, ou melhor, falseada. A teoria precede a experiência e quanto mais uma teoria poder ser falseada, melhor ela é.No momento em que uma teoria é falseada, o cientista tentará melhorá-la ou a abandonará. Enquanto ela não é falseada, permanece seu valor explicativo. O fundamental é que tenhamos em mente o seu limite.Critérios para uma boa teoria:01) ser clara e precisa, não podendo ser obscura ou deixar margem para várias interpretações, Quanto mais específica, melhor.02) Deve permitir a falsificabilidade; quanto mais, melhor;03) deve ser ousada, para conseguir progredir em busca de um conhecimento mais aprofundado da realidade.Para os falsificacionistas, a ciência progride pela tentativa de superação das teorias.THOMAS KHUN A RESPEITO DA CIÊNCIA:Para Kuhn a Ciência é uma atividade racional e humana, influenciada por problemas de natureza variada: emocionais, políticos, religiosos, etc.. Sendo essas influências próprias da racionalidade humana. Kuhn se propõe a pensar a ciência a partir dos conceitos: pré-ciência, ciência normal, crise, revolução científica e nova ciência normal.O conceito mais importante é o de paradigma que é o modelo da ciência normal. Durante um tempo, todos os cientistas procuraram orientar as suas pesquisas a partir de um modelo como forma de preservar a verdade científica. O que não se encaixa será excluído: anomalia.Paradigma e Ciência Normal:“O paradigma é um modelo de mundo que compreende o conjunto de teorias que buscam explicar os fenômenos estudados. Neste caso o que um paradigma faz é estabelecer algumas questões sobre o mundo físico que são então investigadas na tentativa de se encontrar respostas. No entanto, um paradigma parece nunca conseguir responder todas as questões que propõe. A ciência não é um empreendimento de respostas. Quanto mais sabemos sobre determinado fenômeno, mais questões surgem. Isso não é exatamente um problema, ao menos não inicialmente. Esse processo investigativo é o que Kuhn chamou de "ciência normal", ou seja, o período aonde determinados paradigmas são aceitos e investigados.”Essa crise se estende até uma revolução científica, quando a maneira de se fazer ciência muda completamente . Quando isso ocorre, segundo Khun, chega-se a uma nova ciência normal, um novo paradigma.Precisamos considerar que a racionalidade científica encontra problemas dentro e fora do seu espaço de ação. Dentro de seu espaço são as anomalias e fora de seu espaço são as necessidades humanas da pesquisa científica. As instituições, empresas e governos procuram fazer com que a ciência seja feita em função de seus interesses, não apenas por mera curiosidade.Com base no texto acima responda:01) o que é um paradigma segundo Thomas Kuhn?02) Assinale com F (falso) ou V (verdadeiro) as frases abaixo com respeito ao conceito de paradigma de Thomas Kuhn;( ) Paradigma é o modelo da ciência normal.( ) A ciência normal é uma determinada forma histórica de se fazer ciência. Essa forma de se fazer ou pensar a ciência é um paradigma.( ) A anomalia ocorre quando um paradigma não consegue explicar alguns fenômenos.( ) A partir das anomalias, inicia-se uma crítica do paradigma científico e, com isso, é possível a ocorrência de uma revolução científica.( ) Cada cientista tem um paradigma particular e pessoal, que nunca partilha com um outro cientista.
Postado por Profª Sandra Baldo às 05:06 0 comentários Links para esta postagem